A morte

É meu caro, ela existe!!!

existe mesmo!!!

não duvido, não pergunto!!!

apenas afirmo!

as vezes o coração bate apressadamente, confesso.

ela é tão presente,

até exclamei nas primeiras linhas, foram três em cada

morte. Isto é lá palavra pra se falar ou se escrever

a escrita é muito bela para tal!

Então me diga, não se deve falar ou escrever do existencial?

sim, mas de morte! Por favor

caro. Caríssimo.

leia-me, escute-me

morte é um momento,

determinantemente curto

talvez um tempo de um raio

certo que virá

convido a vê-la de uma outra forma

não temerás depois disto

vou te dizer que da forma que andas não serás muito bom não

olhe para dentro de você

vês o que?

ai dentro tens apenas coisas menores que a morte?

por acaso não tens algo mais forte? algo que a desafia?

antes que me responda o que é,

digo que a então desafiante morte é desafiada pela Fé

se tens, és mais forte que ela

com a fé, não serás nunca frágil diante deste acontecimento

a fé ultrapassa o tempo

trás o eterno

empossa o imortal

o imortal vive, não morre

entende a morte e a vê de cima

ela não o alcança, não o agarra

ela é pequena, não possui aguilhão que segure a vida

é vencida

a morte é velha

velha completamente velha

vive do passado

ela vencia

era imponente

prendia

era temida

o novo diz que não é mais

o novo a fez vencida

ela permaneceu velha

onde está tua vitória, ó velha?

onde está teu aguilhão?

a morte, meu caro, está vencida

foi vencida pela vida

foi tragada pela vitória

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