DE REPENTE, TALVEZ...

Causa perplexidade pensar como a vida passa

Tão célere e misteriosa entre as mãos da esperança,

Entre rotas de sonhos, correndo feito fumaça,

Na trajetória de ideias que a mente nos lança...

E, de repente, paramos na correria dos dias,

Perguntando o sentido de acumular coisas vãs,

Entre aparências efêmeras e consciências vazias,

Repentes de rótulos que nos trarão as manhãs...

Pois tomara que amanhã seja bem diferente,

Tomara, de fato, que exista "a manhã"

De equilíbrio completo entre corpo, alma e mente,

De longe ou de perto, na humanidade mais sã...

E, assim, talvez a vida não passe em vão,

Tão célere e misteriosa entre as mãos da esperança,

Talvez seja melhor buscar outra razão

Na luz de um sonho que, na alma, dança.

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