Numa Cidade…
Onde ecrãns de todos os tamanhos estão sempre ligados
Estão
Por todo o lado
A todas as horas do dia
E da noite
E assim a realidade
Que por vezes não quero ver
Na qual não quero acreditar
É a realidade
Que o mundo em velocidade vertiginosa
Tem para me dar…
A realidade de uma onda
Física
E social
Que invadiu o país do sol eterno
Que arde na alma
Dos povos do deserto
E que os faz levantar
Para logo de seguida
Balas
Ou politicas
Os irem sepultar…
Porque o verdadeiro ouro
Que é a existência
Está subordinado a outros valores
O ouro que mais interessa
É negro
É o tal
Sem o qual
A vida se torna impossível
Aos nossos motores…
E assim
Sob a capa de um pseudo-humanismo
Decidiram eliminar
Uma forma de fascismo
Que dizem
Está a sufocar
Uma forma de humanidade
Que quando o que realmente interessa
É que está sentado em cima
De um poço de petróleo
E há que o tirar de lá
Pintando nas bombas
A palavra democracia
Que disfarçam
A máscara
Por detrás de tal hipocrisia…
Sim
Porque em tempos recentes
Houve piores tiranos
Que ficaram no poder
Infinitos anos
Pela simples
E estúpida razão
Que não havia
Qualquer tipo de motivação
Para os derrubar
Embora o povo por eles dominados
Estivesse em visível combustão…
Por isso não me venham dizer
Da justeza
Dessa nova guerra do deserto
Não me venham com politicas
Que tentam justificar o injustificável
Através de informação
Propagandística
Ferida de morte
Pelas tais mentiras
Porque a informação é livre
E nela
Se pode saber a verdade
Que todos tentam esconder
Aqui no mundo
E
Numa Cidade…