Meu Amigo
Enfim, depois de tanto erro passado,
Tantas retaliações, tanto perigo,
Eis que ressurge noutro o velho amigo,
Nunca perdido, sempre reencontrado.
(Soneto do Amigo- Vinícius de Moraes)
Ah, meu amigo que abraço me dá?
Que abraço me dará nesta noite?
Há tristeza rindo do meu ser.
Não diga nada. Abraça-me.
Ah, meu amigo que lutas em vãos lutamos?
Que armas nas mãos atiramos as cegas?
A sorte fugiu da gente. Ela escapuliu.
Na diga nada. Abraça-me.
Ah, amigo nossos caminhos tornaram-se tortos.
Caminhos de espinhos, dores calejadas,
Feridas que esse mundo nos deu.
Ah, amigo só quero teu abraço.
Abraço companheiro é que me resta.
Ainda não perdemos a guerra. Levanta-te.
Não diga nada. Apenas seja meu grande amigo.
(Rod.Arcadia)