O Povo do Deserto…

Colhe maçãs

De um campo minado

Ao lado

De um tanque abandonado

Não vê a politica violenta

De um qualquer noticiário

Distante

Que passe

Numa qualquer televisão

O mundo que vemos cheio de sangue

Chega-nos

Através

Da sua própria visão

Porque são mortos?

Porque tiveram essa ideia estúpida

De querer a liberdade

De não quererem morrer à fome

De estarem fartos de guerras

De estarem fartos

Que outros pensem

Pelas suas cabeças

São ecos de uma realidade

De uma espécie de revolução

Que vai aqui chegar

Enquanto apenas fazemos contas

Esquecendo que o que está em causa

São os fundamentos

Da nossa comum civilização

Porque os nossos donos

Pela via

Da suprema eleição

Julgam-se eleitos

Dos nossos destinos

Autistas tecnocratas

Vão-se afogar

No meio da sua ilusão

Porque a palavra

Que tanto temem

Vai cá chegar

Através

Do sacrifício

Do esquecido povo do deserto

Que nos dias de hoje

Luta também pelo nosso próprio futuro

Porque o futuro

Ao contrário

Do que nos querem convencer

É algo

Que não está fechado

Está aberto

Poema de liberdade

Cantado nas ruas do médio oriente

Pelos corpos fulminados

Do

Povo do Deserto…

Miguel Patrício Gomes
Enviado por Miguel Patrício Gomes em 20/02/2011
Código do texto: T2803834
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