DEUS LHE PAGUE
Para quem posso deixar?
Estou pensando em testamento...
O suave barulho, das ondas do mar,
e o monótono assobio do vento.
O sol que vejo na alvorada,
o canto do pássaro que me acordou,
também o orvalho da madrugada,
que meus pés, com carícias molhou...
Para quem posso deixar?
Minhas caminhadas, andança vagabunda,
as tão longas estradas, por onde andei....
Deixarei a minha saudade, que é profunda,
e os meus sonhos, que nunca sonhei...
Deixarei no testamento.
Aquele lindo bando de pardais,
que a meu lado, viviam a se divertir...
E darei, as mil folhas de jornais,
que tanto usei, para me cobrir.
Minha calça, com tecido remendado,
todo o meu céu e minhas estrelas,
que no relento da noite, deitado,
nunca me cansei de ve las....
Para quem deixarei?
Tudo perguntando aos céus, venho,
tudo mesmo, antes que a vida me largue,
a quem deixo, o grande estoque que tenho,
dessas simples palavras Deus lhe pague!
Tenho tempo, em cada riqueza penso,
até do trapinho que no lixo encontrei,
foi por mim, transformado num lenço,
quando um dia, fingi que chorei....
No testamento, vou deixar...
Meu chapéu, já todo amassado,
de onde escuto a moeda tilintar...
Sapatos nunca tive, nem rasgado,
isso, para ninguém vai ficar...
Tantas sobras, de noites de sono,
tambem isso quero acrescentar...
As inúmeras folhas do outono,
que vieram, meus pés atapetar...
Nesse testamento, os bancos dos jardins,
onde quantas vezes dormi, nem recordo,
embelezaram as manhãs, rosas e jasmins,
e raios do sol, a dizer bom dia,quando acordo.
No testamento tambem ficará...
Tantas e tantas luzes do luar,
que acariciaram a minha suja mão...
Quando num canto da rua, a sonhar,
enviava para elas, linda oração...
As minhas sandálias, já furadas,
que comigo pisaram por mil caminhos,
em tantas intermináveis jornadas,
que nunca foram, coberta por espinhos...
Como mendigo que sou, sinto me preocupado,
e estou muito pensativo nesse momento,
no fim da vida, pergunto embaraçado,
faço ou ou não, o meu testamento?
Na situação em que estou,
tudo o que tenho, aqui deixarei,
por ser tão feliz quanto sou,
no meu último segundo, sorrirei...
Se fizer meu testamento...
Para quem deixo, meu cajado, e meu céu?
E a marca de um saudoso beijo,
da criança perguntando -Voce é Papai Noel?
Deixar essa riqueza, tambem desejo....
Texto inspirado num pps que recebi, assinado por Urbano Reis.
Sobre o autor? Não sei.Talvez um mendigo.Ele não tinha nada de material , mas quiz deixar coisas que o dinheiro não pode comprar...
Para quem posso deixar?
Estou pensando em testamento...
O suave barulho, das ondas do mar,
e o monótono assobio do vento.
O sol que vejo na alvorada,
o canto do pássaro que me acordou,
também o orvalho da madrugada,
que meus pés, com carícias molhou...
Para quem posso deixar?
Minhas caminhadas, andança vagabunda,
as tão longas estradas, por onde andei....
Deixarei a minha saudade, que é profunda,
e os meus sonhos, que nunca sonhei...
Deixarei no testamento.
Aquele lindo bando de pardais,
que a meu lado, viviam a se divertir...
E darei, as mil folhas de jornais,
que tanto usei, para me cobrir.
Minha calça, com tecido remendado,
todo o meu céu e minhas estrelas,
que no relento da noite, deitado,
nunca me cansei de ve las....
Para quem deixarei?
Tudo perguntando aos céus, venho,
tudo mesmo, antes que a vida me largue,
a quem deixo, o grande estoque que tenho,
dessas simples palavras Deus lhe pague!
Tenho tempo, em cada riqueza penso,
até do trapinho que no lixo encontrei,
foi por mim, transformado num lenço,
quando um dia, fingi que chorei....
No testamento, vou deixar...
Meu chapéu, já todo amassado,
de onde escuto a moeda tilintar...
Sapatos nunca tive, nem rasgado,
isso, para ninguém vai ficar...
Tantas sobras, de noites de sono,
tambem isso quero acrescentar...
As inúmeras folhas do outono,
que vieram, meus pés atapetar...
Nesse testamento, os bancos dos jardins,
onde quantas vezes dormi, nem recordo,
embelezaram as manhãs, rosas e jasmins,
e raios do sol, a dizer bom dia,quando acordo.
No testamento tambem ficará...
Tantas e tantas luzes do luar,
que acariciaram a minha suja mão...
Quando num canto da rua, a sonhar,
enviava para elas, linda oração...
As minhas sandálias, já furadas,
que comigo pisaram por mil caminhos,
em tantas intermináveis jornadas,
que nunca foram, coberta por espinhos...
Como mendigo que sou, sinto me preocupado,
e estou muito pensativo nesse momento,
no fim da vida, pergunto embaraçado,
faço ou ou não, o meu testamento?
Na situação em que estou,
tudo o que tenho, aqui deixarei,
por ser tão feliz quanto sou,
no meu último segundo, sorrirei...
Se fizer meu testamento...
Para quem deixo, meu cajado, e meu céu?
E a marca de um saudoso beijo,
da criança perguntando -Voce é Papai Noel?
Deixar essa riqueza, tambem desejo....
Texto inspirado num pps que recebi, assinado por Urbano Reis.
Sobre o autor? Não sei.Talvez um mendigo.Ele não tinha nada de material , mas quiz deixar coisas que o dinheiro não pode comprar...