VOCÊ DE VOLTA À VOCÊ
A menina chora e não há ninguém,
Todos foram embora,
Também! Não lhe faria nenhum bem.
A qualquer hora,
Pode chegar alguém.
Alguém que tem um dom,
Ou ao menos uma aspiração,
Para ouvir e sentir no som,
Da doce voz da menina,
O segredo do coração.
Por ora a menina acredita,
Que alegria não merece,
Agora ela está convicta,
Que a tristeza não lhe esquece.
Menina linda que molha o rosto,
Com o sal de suas lágrimas.
Menina pura, mas que desgosto!
Que sentes em tua alma,
Pegue menina, este tecido,
É de algodão,
Absorve e não fere.
Não perca menina o teu sentido,
Pois a ilusão,
Promove e sugere,
Que teu sentimento está falido,
E que sempre será assim,
Que o amor já foi vencido,
Mas isto é tão ruim!
Menina jogue toda a sua bagagem,
Nos lombos deste fraco homem,
Não acredite mais nas bobagens,
Que te convencem e te consomem.
Caminhe menina, caminhe um pouco mais,
Avante e sem olhar para trás,
Lá ficaram tuas angústias e amarguras,
Mas logo adiante está,
Aquela antiga ternura,
Que me acostumastes a ver,
Estou com saudade. E você?
De quando teus olhos brilhavam,
De quando me ensinara a paz,
Da fé e esperança que sobravam,
Do bem que você me faz.
Levante menina; mais uma vez,
Teu orgulho ajudará um pouco,
Espante menina a insensatez,
E todo o sentimento louco,
Apoie-se em mim, menina,
E se tuas pernas não lhe obedecerem
Eu te carrego no colo,
Para todos verem,
Que você não está só,
E é melhor,
E é maior do que,
Tudo o que te fez sofrer.
Menina, eu não tenho nada para lhe oferecer,
E o que mais posso fazer,
É devolver,
Você a você.