Feio ou bonito…?
Por favor desliguem-se de algo vital
De algo virtual
A máquina da rede
Da comunicação vã
Mas que se quer
Pela falta de algo melhor
Mais adequado
Que se quer real…
E outra vez a súplica
Por algo essencial
Algo no qual
Eu não sei se acredito
Não sei
Se é
Feio ou bonito…
Na carestia
Do grande deus cibernético
Com letra minúscula
Pois é esse o verdadeiro cariz
Da sua divindade
Que é imortal
Porque o que dizemos na grande rede
Ficará
Etereamente
Por toda a eternidade…
Em rostos
Com um oportuno programa de embelezamento
Que escondem o nosso rosto
Abafam o nosso lúgubre lamento
Porque te querer
E ao mesmo tempo
Estares tão longe
E tão perto
Pedindo-te
Para que não vás
Para que fiques
Nunca deixes de ficar
Até me fartar de tudo
De tudo isto
E a imortalidade obliterar
Através
De um simples
Suave
E ao mesmo tempo brutal
Desligar
Do tal botão
Que me liga à vida
Mas que me desliga
Do que é essencial
É tarde
E ao mesmo tempo
Manhã cedo
No outro lado
Da nossa esfera orbital
Tenho que ir
E sei
Que sabes que voltarei
E mesmo que não volte
Arranjas outros amigos
Outros amores
E sei que por isso
Não me levarás a mal
Mas a pergunta fica no ar…
Feio ou bonito…?