Quando Pensamos…

Que ninguém nos esta a ver

Aquilo que não queremos

Que se possa observar

Lágrimas por alguém que morreu

Ou que pura e simplesmente

Nunca mais irá voltar…

Se tivermos um momento de lucidez

Na dor que nos corrói

Saberemos que alguém

Nota como estamos

Apesar de não intervir

Por respeito do silêncio

O nosso

O dela

Pois há determinadas dores que devem ser vividas a sós

Iremos sem dúvida renascer

Depois dessa abominável destruição

Mas para as cinzas se tornarem em vida

Precisamos

Desses momentos de demente solidão…

E quando Pensamos

Que somos únicos na nossa diferença

Que apesar de haver outras pessoas

Alteradas

Mesmo antes da nascença

Somos os únicos na nossa espécie

E por isso

Espécie em vias de extinção

Fim absoluto

Quando os nossos braços se abrirem

À luz pura

Da indefinição

Aos caminhos

Até ao Invisível

Que se abrirão na nossa derradeira madrugada

Sós nascemos

Sós iremos morrer

Pensamento absoluto

Que faz parte

Da nossa forma de ser…

Mas como estamos errados

Um ser

Nunca é

Nem nunca será

Uma ilha perdida

Uma gota de água no meio do deserto

Temos sempre alguém

Que está comigo

Que está contigo

Temos

E teremos sempre alguém

Se soubermos escutar

Mas sobretudo

Se tivermos a sensibilidade

Para sentir

Mesmo em silêncio

Essa pessoa saberá

Que estamos na mesma frequência

Sensitiva

Mas para tal

Temos mesmo que sentir

Pela simples

E esquecida razão

Que sem tal

Somos fantasmas sem alma

Num receptáculo

A que chamam de corpo

Porque sem sentir

Nunca poderemos dizer

Que há em nós

O Existir…

Miguel Patrício Gomes
Enviado por Miguel Patrício Gomes em 20/01/2011
Código do texto: T2739994
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