Às vezes…
Gostava de estar ao pé das estrelas
E não ouvir nada
A não ser o seu respirar
Porque o mundo anda em convulsões
Que eu não entendo
Que não sei interpretar
Por isso ao pé das estrelas
Por vezes
É que eu gostava mesmo de estar…
Não entendo certas vozes que se mascaram da mais convicta razão
Que quando o que querem
É a mais absoluta destruição…
Não entendo almas que ardem e se realizam nessa combustão
Porque o que me move
Foi sempre pelas coisas cristalinas da vida uma absoluta paixão…
Não entendo jogos de poder
Porque para mim o poder é efémero
Da vida uma espécie de alegoria
E por isso amo as estrelas
Porque elas não mudam
Não seguem modas
Não têm mudanças repentinas de humor
Não querem incendiar com chamas existenciais e vãs
Tudo a seu redor
E assim
Eu quero
Eu desejo
Estar ao pé dessas estrelas
Como um astronauta que nunca chegarei a ser
Como o sonhador
Que sempre serei
Dado apreciar mais nas estrelas
A sua calada simplicidade
São coisas que ficam
Para toda a eternidade…