Às vezes…

Gostava de estar ao pé das estrelas

E não ouvir nada

A não ser o seu respirar

Porque o mundo anda em convulsões

Que eu não entendo

Que não sei interpretar

Por isso ao pé das estrelas

Por vezes

É que eu gostava mesmo de estar…

Não entendo certas vozes que se mascaram da mais convicta razão

Que quando o que querem

É a mais absoluta destruição…

Não entendo almas que ardem e se realizam nessa combustão

Porque o que me move

Foi sempre pelas coisas cristalinas da vida uma absoluta paixão…

Não entendo jogos de poder

Porque para mim o poder é efémero

Da vida uma espécie de alegoria

E por isso amo as estrelas

Porque elas não mudam

Não seguem modas

Não têm mudanças repentinas de humor

Não querem incendiar com chamas existenciais e vãs

Tudo a seu redor

E assim

Eu quero

Eu desejo

Estar ao pé dessas estrelas

Como um astronauta que nunca chegarei a ser

Como o sonhador

Que sempre serei

Dado apreciar mais nas estrelas

A sua calada simplicidade

São coisas que ficam

Para toda a eternidade…

Miguel Patrício Gomes
Enviado por Miguel Patrício Gomes em 02/01/2011
Código do texto: T2705457
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