Perdoa-me
Perdoa-me
Se não te amei esse ano
Na medida que mereces
Só por seres humano;
São as fronteiras fechadas,
As caras amarradas,
As cercas, os muros e os
Danosos quintais;
Cada um no seu mundo
E nada mais;
Quase tropeças em mim
Outro dia, até balbuciei um,
"Desculpa amigo"...
Mas não deu tempo,
A pressa foi mais rápida
Do que as palavras
E, de novo, nos perdemos
Na ignorância,
Da ância De ganhar,
Na falta de infância.
A criança em nós,
Morre a cada dia
Abandonada
Na mais completa escuridão,
No vulto, na sanha seca
Do adulto,
Que parece Onipotente
E quase absoluto;
Todavia, é sético e insano;
Mas não tem nada não,
De-me um soriso,
Nem precisa ter graça,
Daqueles que valem
Por um ano,
inesperado, cigano;
Pode ser até
Com jeito de tirano;
Pode ser assim,
Pálido e inconciso;
E eu te dou um pedaço
Do meu paraíso,
Pois, de todo ele,
Eu sei que não preciso.