INIMIGOS, ME PERDOE

Escavações profundas à memória do passado

Revolve restos de tristes lembranças,

Desolação é tudo o que a vista alcança.

Arfa no peito um coração amargurado.

Enclausurado, o ódio de negro tinge,

Onde outrora se desenhou bela paisagem

Transformando o perdão em perdida miragem,

Estampando no rosto a aridez de uma esfinge.

Debate-se em torturas e conflitos,

Ante o despertar do inimigo de olhos perseguidores,

E vendo em si a causa das próprias dores

Sangra no peito a chaga do grito aflito.

___Sábios, são aqueles que aprenderam a perdoar!

Inimigo fiz-me de mim mesmo, criatura ameaçada.

Por trazer no coração esta fera enjaulada,

Que fez o Amor para terras distantes, temporariamente, se afastar.

Reativo pela intolerância da ofensa que ameaça,

Armamos armadilhas à espera da caça,

Esquecidos que, de nós mesmos, somos caçador.

A compreensão é o gesto de quem oferece a outra face.

São as pazes feitas, uma trégua que nasce

No território demarcado e protegido pela bandeira do Amor!

Néo Costa
Enviado por Néo Costa em 19/12/2010
Código do texto: T2680727