Infinita ausência.
Eu queria estar mais presente na sua vida.
Queria poder ouvir teus conflitos,
teus medos, desencontros,
alegrias e sorrisos;
como fazíamos há dois anos atrás.
Minha amiga, de tão difícil convivência.
Que troca de humor
Como troca de felicidade.
Como troca a felicidade.
Daqui a alguns meses farás quinze anos.
E quinze, são quinze.
Da quinta série, são três.
Da sexta até agora, dois.
De outubro até janeiro, oito anos, para mim.
Sinto-me ausente em todos,
Principalmente nos últimos quatorze.
E toda a lembrança que guardo,
Não é capaz de ilustrar o que sinto,
Nesses quinze anos.
Não sei quando perdemos
Toda a eufórica amizade,
Mas sei que foi pouco depois da
porta da minha casa fechada,
Ainda que a você
Confiei a chave,
Mantive janelas abertas, e fiz buracos
(ou crateras)
Nas paredes e no chão,
Para que pudesse, sempre que preciso,
Ou não, segurar-te às bordas e
Levantar, deixando toda a dor,
Angústia, conflito e insegurança
Na sua casa.
(…)
Quanto a minha casa,
crateras, continuam as mesmas;
As Janelas, agora têm uma medida maior,
E há um tapete de “seja bem vindo!”
Na porta da frente, que o vento
Resolveu abrir a algum ano atrás.
Não vejo mais ninguém entrando pela janela,
Nem fazendo força para passar pela fechadura.
A porta está aberta e não há nenhum sinal de vida.
As crateras continuam do mesmo jeito que você as deixou.
Assim como o amor.