Esperança...
Essa coisa
Concreta
E ao mesmo tempo indefinida
De quando querermos fazer o bem
Vezes de mais
Abrimos
E aprofundamos uma ferida
Uma espécie de prazer
Que se transforma em dor
Novamente em prazer
Numa espécie de caminho
Cujo fim
Ninguém pode prever
Porque não basta ser bom
Querer espalhar o bem
Com a melhor das intenções
O que interessa é o resultado final
De mil e uma equações
Em que transformamos o afecto
Por mania
Por hábito
Ou porque simplesmente com ele
Não sabemos lidar
E lá vem a conta
Que se quer simples e objectiva
Mas que tendemos a complicar
Sendo que seria tudo
Tão mais simples
De uma forma redutora
Que poderia ser
Redentora
Se víssemos o mundo
Com os olhos de uma criança
E agíssemos dessa forma
Seria uma forma bem real
De tornar consistente
Aquilo com que sonhamos
Uma espécie de Esperança
Que nos tempos sem sol
Nos tempos negros
É o nosso último reduto
A nossa
Sagrada Bem Aventurança…