Esperança...

Essa coisa

Concreta

E ao mesmo tempo indefinida

De quando querermos fazer o bem

Vezes de mais

Abrimos

E aprofundamos uma ferida

Uma espécie de prazer

Que se transforma em dor

Novamente em prazer

Numa espécie de caminho

Cujo fim

Ninguém pode prever

Porque não basta ser bom

Querer espalhar o bem

Com a melhor das intenções

O que interessa é o resultado final

De mil e uma equações

Em que transformamos o afecto

Por mania

Por hábito

Ou porque simplesmente com ele

Não sabemos lidar

E lá vem a conta

Que se quer simples e objectiva

Mas que tendemos a complicar

Sendo que seria tudo

Tão mais simples

De uma forma redutora

Que poderia ser

Redentora

Se víssemos o mundo

Com os olhos de uma criança

E agíssemos dessa forma

Seria uma forma bem real

De tornar consistente

Aquilo com que sonhamos

Uma espécie de Esperança

Que nos tempos sem sol

Nos tempos negros

É o nosso último reduto

A nossa

Sagrada Bem Aventurança…

Miguel Patrício Gomes
Enviado por Miguel Patrício Gomes em 05/12/2010
Código do texto: T2654898
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