Uma ruga, apenas uma ruga…
Um cabelo branco
Sinal
Que o tempo passa por nós
Mesmo que o queiramos negar
Mas não é sinal
De que estamos a envelhecer
Porque só se rende à velhice
Quem perde
Aquele tão especial
E inicial
Brilhozinho no olhar…
Sim
Em mais de mil dos meus anos
Vi supostos jovens
Engelhados
Encarquilhados
Vergados
Ao peso da sua existência
E perderem
O que já tiveram
A essência
Já nada tendo
Sendo sonâmbulos no tempo
Antes que o tempo os agarre
Mortos por dentro
Onde nada
Nada
Mesmo nada
Perdura
E olho-me então ao espelho e começo a sorrir com o que vejo…
Uma ruga, apenas uma ruga…