DESABAFO AMIGO
Quem dera meu Deus, quem dera,
Um ombro amigo agora, quem dera,
Encostar minha cabeça e chorar
Tudo que está em meu peito, quem dera,
Confiar cegamente em alguém
E contar tudo igual uma criança
Indignada com alguém que jogou
Sua boneca sem explicação nenhuma
E ainda virou-lhe as costas como quem
Nada fez...
Mesmo sendo adulta, como temos tanto
Da criança que jamais morre...
Mesmo entendendo tanta coisa, como
Precisamos tanto de alguém especial que
Estenda a mão nas horas necessárias,
Que dê um abraço amigo,
Que mostre que tudo tem sentido,
Que faça um afago, que entenda um olhar,
Mesmo tendo Deus que nos entende,
Por que precisamos tanto do humano
Para nos sentirmos completos?
E em que humano podemos acreditar?
Quem estará prontamente a nos ajudar
Nos momentos enfadonhos,
Nos períodos estranhos?
Quem irá me fazer adormecer
Dando seu ombro como travesseiro?
Seu carinho como cheiro suave
Aquietando meu coração?
Em quem acreditar, se quando ligamos,
Até em quem mais confiamos
Não pode nos socorrer,
Aumentando assim um sofrer
Que já está tão grande que parece
Que vamos morrer?
Desculpa-me Recantistas,
Tinha que desabafar pra valer...