DESABAFO AMIGO

Quem dera meu Deus, quem dera,

Um ombro amigo agora, quem dera,

Encostar minha cabeça e chorar

Tudo que está em meu peito, quem dera,

Confiar cegamente em alguém

E contar tudo igual uma criança

Indignada com alguém que jogou

Sua boneca sem explicação nenhuma

E ainda virou-lhe as costas como quem

Nada fez...

Mesmo sendo adulta, como temos tanto

Da criança que jamais morre...

Mesmo entendendo tanta coisa, como

Precisamos tanto de alguém especial que

Estenda a mão nas horas necessárias,

Que dê um abraço amigo,

Que mostre que tudo tem sentido,

Que faça um afago, que entenda um olhar,

Mesmo tendo Deus que nos entende,

Por que precisamos tanto do humano

Para nos sentirmos completos?

E em que humano podemos acreditar?

Quem estará prontamente a nos ajudar

Nos momentos enfadonhos,

Nos períodos estranhos?

Quem irá me fazer adormecer

Dando seu ombro como travesseiro?

Seu carinho como cheiro suave

Aquietando meu coração?

Em quem acreditar, se quando ligamos,

Até em quem mais confiamos

Não pode nos socorrer,

Aumentando assim um sofrer

Que já está tão grande que parece

Que vamos morrer?

Desculpa-me Recantistas,

Tinha que desabafar pra valer...

Teônia Soares
Enviado por Teônia Soares em 30/11/2010
Código do texto: T2644707
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