A MENINA E A POESIA
                                                  (para a minha querida amiga, Landinha) 

Dei com aquela menina
entre as flores do jardim
quando abri a janela.
Não sei se foi impressão
mas a mim pareceu
que havia um arco-iris
por sobre ela.
Distraída,
ela abstraía dele
porções generosas de cores
que ia distribuindo 
por entre as flores.
De suas vestes
resplandecia um azul celeste.
Havia uma suave neblina
a desafiar minha retina.
Não quero pensar que não
nem posso afirmar que sim
mas a minha convicção
é de que a menina sorriu pra mim.
Depois não a vi mais
mas ela me deixou uma paz...
E desde aquele dia
há uma poesia
morando naquele jardim.
Quando abro a janela
gosto de conversar com ela.