TERRAS DO REI

Vou pras terras do rei,
procurar paraíso,
mas, lá, eu nem sei
se sabem o meu nome.
Sou Zé Espinharas,
certinho nos trilhos.
Num pau-de-arara,
deixei o sertão,
a mulher e três filhos,
a casa e o sítio,
a fome e a sede,
com apenas a rede
e uma mala na mão.
Nas terras do rei,
aqui, eu já sei
como vão me chamar.
De Zé Paraíba,
igual aos milhares,
pra baixo, pra riba!...
No reino do rei,
rogando aos altares,
achei um serviço.
Quero trabalhar,
nesse paraíso,
pra, da terra do rei,
a casa voltar.

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