Não se vá

É meia noite... já devia estar dormindo

Mas não consigo aquela cena fico repetindo

Rolava de um lado para o outro no chão,

sem saber o porquê, motivo obvio... você

Mesmo que não explique a razão

Me senti a pior das pessoas, mas espera ai, eu sou

Estraguei tudo de novo ,parece que acabou

Está escuro, não enchergo quase nada

Mas não quero acordar ninguém e ter que explicar

Tal inspiração da madrugada

Sou observadora, perceptiva até...

mas vedo os olhos, me torno cega e sem fé

Como sou tola! O que é que eu fiz?

Inocência perniciosa e infeliz

Nem de longe foi minha intenção

A vericidade dos fatos ainda me assolam

Será que entendi corretamente?

Pergunta mais pertinente

De inicio não sabia o que pensar

Só me veio na cabeça o não acreditar

Meu maior temor é que essa fenda continue se abrindo

Não queria, mas tu me destes indícios de que está partindo

Me disse que não ia querer sair, eu confiei

que era impossível ir embora, lhe avisei

Mas já mudou de ideia...

Em manifesto um conjunto de lágrimas tentou sair às ruas

Não permiti, seria um alarde muito grande, além disso são impuras

durante um breve cochilo elas cairam de vez

em forma de uma imensa chuva, onde os soluços

chamavam-se trovões e o medo relampago

Abri a porta... nem se quer uma estrela

Fiz o que me disse embora pareça besteira

As nuvens estavam dispersas, tinham alguma claridade

tentei até fotografá-las mas foi muita impulsidade

Iluminação foi exatamente o que faltou, também resolução

Olho em um ponto fixo, fico inerte

É quase uma hora, o relógio adverte

Ouço cada um dos seus tic-tac,tic-tac

Isso está me enlouquecendo

Entre um verso e outro, vejo o dia amanhecendo

Tenho algo relevante a dizer

Coisas demais pra escrever

Ao menos aqui, se continuar posso acançar à Camões

Este é o terceiro escrito, alguns outros virão

queria ao menos agora saber tocar violão

Alonguei-me por demais

rapidamente acenderei a luz, procurarei outro papel

Se não encontrar escrevo nas nuvens que vi lé no céu

Quem sabe em algum momento possa ver

Quem sabe a até me perdoar...

...Enquanto isso mato o tempo

Para ele não me matar...

Robroy
Enviado por Robroy em 10/11/2010
Reeditado em 09/09/2012
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