Paz...
Numa estrela que vejo à noite
E em nada mais penso
A não ser nela
E apenas nela
Porque as mágoas
Que por vezes me afligem
Ao olhar essa estrela
Aprendo que ela e só ela é importante
E aprendo da vida
A tirar o seu real provento…
Provento que ganho por ver
Certo tipo de olhares
Que não mentem
Ou não sabem mentir
Olhares que olham o meu
Passe o que se possa passar
Olhando-o
Sempre
Sem o querer evitar…
E assim no mesmo olhar
Vemos diferentes vidas
Com a mesma sensibilidade
Com que se escreve
Ou lê um poema
Daqueles ao mesmo tempo simples
Ao mesmo tempo complexos
Simples porque percebemos o seu sentido
Complexos
Porque se podem ler várias vezes
E várias vezes termos diferentes sensações
Tal como isso que é a vida
Como isso de viver
Em mais uma página em branco
Que com o que somos
Costumo preencher
Em mais umas letras
Tornadas livros
Que o maior de todos os prazeres que me podes dar
É que tal
Possas e gostes de ler…