Paz...

Numa estrela que vejo à noite

E em nada mais penso

A não ser nela

E apenas nela

Porque as mágoas

Que por vezes me afligem

Ao olhar essa estrela

Aprendo que ela e só ela é importante

E aprendo da vida

A tirar o seu real provento…

Provento que ganho por ver

Certo tipo de olhares

Que não mentem

Ou não sabem mentir

Olhares que olham o meu

Passe o que se possa passar

Olhando-o

Sempre

Sem o querer evitar…

E assim no mesmo olhar

Vemos diferentes vidas

Com a mesma sensibilidade

Com que se escreve

Ou lê um poema

Daqueles ao mesmo tempo simples

Ao mesmo tempo complexos

Simples porque percebemos o seu sentido

Complexos

Porque se podem ler várias vezes

E várias vezes termos diferentes sensações

Tal como isso que é a vida

Como isso de viver

Em mais uma página em branco

Que com o que somos

Costumo preencher

Em mais umas letras

Tornadas livros

Que o maior de todos os prazeres que me podes dar

É que tal

Possas e gostes de ler…

Miguel Patrício Gomes
Enviado por Miguel Patrício Gomes em 07/11/2010
Código do texto: T2602711
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