ANTES QUE LEIA MEU POEMA, GOSTARIA DE EXPLICAR O PORQUÊ!!!
Vale esclarecer que quando o chamei de Labareda, foi exclusivamente pela cor de seu pelo amarelo escuro com aquelas rajadas de um vermelho bem vivo. Mas, ao mesmo tempo posso dizer que ele por onde passava provocava aquela chama de alegria, contentamento e companheirismo. As crianças o amavam e passavam grande tempo com ele, que pacientemente suportava e participava de todas as suas brincadeiras.
Labareda era especial, sempre ao meu lado, como fogo penetrou em meu coração, alegre, carinhoso, valente como leão! Mesmo pequeno, palmo e meio mais ou menos, enfrentava os maiores; no fundo creio que acreditava um pouco em mim, que na hora H eu separaria .
Leal e protetor, em muitos momentos demonstrou o seu valor, compreendia quando algo me preocupava, chegava perto, deitava-se aos meus pés e ali ficava, olhando para mim e a porta, como convidando a uma caminhada para espairecer. Às vezes o atendia, em outras ali ficava até dormir; era como se estivesse enviando uma mensagem dizendo: Estou com você... ou Você não está só...!
Também se tudo estava bem, queria sair, brincar, correr no parque atrás de gatos e até de pedaços de madeira que eu jogava à distância; quando pegava, regressava alegre e de cabeça erguida, como se o maior dos atos tivesse acontecido, só para depositar em meus pés e toda a operação se repetir. Quando cansado chegava do trabalho, demonstrava sua alegria contagiante, pulando, lambendo minhas mãos e até o rosto...
Mas, de repente Labareda se foi, seu tempo chegou... silêncio... tristeza... choro, em nosso peito ficou...! Mas, neste mesmo peito ficou enraizada uma lição de lealdade, carinho, amizade e amor! Para você, Labareda, este poema:
Você se foi, amigo
Vira-lata, vagabundo
Que soube conquistar!
Veio com plano e propósito
De um coração mudar
Depois de mudar, partiu!
Cumpriu o que desejou
Conquistou um coração
E o encheu de amor!
Até logo, amigo...
Nasser Queiroga
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