SÓ EU E ELA


Estou relembrando antigamente,
quando era tudo diferente,
quando era, somente eu e ela.
Ensinei a escovar seu dente
comprei os óculos e a lente,
até hoje, continua tão bela.

Embora já passando dos cinquenta,
vejo que ainda me representa,
a linda mocinha da janela.
Ainda é mulher para muitas milhas
apesar de ter criado cinco filhas,
continuo vendo beleza nela.

Minha tristeza é que é corintiana,
e tornou se também vegetariana,
pra casa, não trago mais mortadela.
Bela mulher, parece uma lenda,
aquela tímida garota da fazenda,
hoje e chegadinha em novela.

Não é mais de fogão essa mulher,
chamo ela de espaçonave da embraer,
essa minha, tão formosa caravela.
Com corpo bem feito e tão bonito,
nunca pulou cerca,como um cabrito,
por isso, não precisa de sentinela. 

GIL DE OLIVE
Enviado por GIL DE OLIVE em 27/10/2010
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