NA VIA LÁCTEA

Àquelas e àqueles que me chamam Amigo, e em especial a uma certa Borboleta, cujo um dos seus muitos e belos poemas me inspirou este

NA VIA LÁCTEA

Numa noite sem nada

E cheia de sonhos

Um copo de leite

Fui lá buscar

Para ter

Um soninho descansado

Ao deitar

Na Via Láctea

Peguei nas suas doces estrelas

E guardei-as num farnel

Para um lanchinho

A meio do que me atormenta

Para que os pesadelos

Terem

Um sabor a mel

Na Via Láctea

Vi todos os que estimo

Que estão separados

Nesse sonho estávamos juntos

E não

Cada um

Para seu lado

Na Via Láctea

Tudo quanto aqui na Terra

É um lugar comum

Lá é tão belo

Como em lado nenhum

Na Via Láctea

Aprendo

A verdadeira

Dimensão do ser

Que para querer ambicionar

Ser amado

Tem antes disso

Que amar

Mesmo quem o ame

Que embora distante

Está a seu lado

Na Via Láctea

Sou abraçado

Acarinhado

Amado

Como seria impossível

Noutro lado do Universo

Lá até posso dizer disparates

Mas o que digo

Sai em forma de verso

Palavras

Que te dizem

De longe ao ouvido

Que tenho saudades

Das vossas coisitas

Das vossas borboletas

Das pequenas coisas

Que parecem menores

Mas que quando estão comigo

Diminuem as minhas dores

Por isso

Todas as noites

Bem ao adormecer

Sou levado em braços

Por lindos anjos

Para essa terra

Mágica

Sou levado

Pelos vossos carinhos

Para

A Via Láctea