A Corda
Há momentos em que perco a calma.
Estremece-me a palma.
Não consigo visualizar a saída,
Para continuar a subida.
Aperta-me, de tal forma, o peito,
Que fica absurdo repousar no leito.
Com certeza, uma das principais razões,
É vê-lo vazio,
Clamando por um arrepio...
Ao invés disso, acumulam-se as decepções,
Na medida progressiva em que caminha
A, já incontrolável, sensibilidade,
Que, em minha alma, se aninha...
Toda ela colocada a favor da humanidade.
Confesso-lhes que nesses instantes de escuridão,
De insuportável sofreguidão,
Chego a duvidar do positivo final.
Fica a impressão que a vitória será do banal.
Tenho minhas ferramentas para enfrentar esse desassossego.
Mas, imerso em dor, não as encontro e me perco.
Não dura muito, esse tormento.
Normalmente, rapidamente recupero meu elemento.
Como disse José Cláudio, meu inestimável amigo,
Daqueles que quero ter para sempre comigo,
Sou pós-graduado em resiliência.
Alago meu bairro e logo recupero a consciência.
Mas, é um processo doloroso,
Que me causa um desgaste horroroso,
Pois sofro por tudo,
O que insiste em permanecer errado no mundo.
A corda para recuperar minha energia,
Invariavelmente,
Felizmente,
Espontaneamente,
Abençoadamente,
Sempre me é atirada pela poesia.
Senhora absoluta da melodia,
Que sustenta minha harmonia.
Minha existência, obrigatoriamente,
Inelutavelmente,
Passa por ela...
Em minha janela azul, a flor amarela!
É impressionante como ela dominou,
Irreversivelmente se apossou,
Da minha arrebatada cadência,
Determinando a vibração da minha consistência.
Esse texto é uma Declaração de Amizade
Para o excelente escritor/cronista/poeta
Ídolo e querido amigo:
José Cláudio Adão
Com todas as minhas reverências!
Vídeo só para os mais sensíveis:
http://www.youtube.com/watch?v=Z-PJP46kaXA&feature=related