DECERTO HAVERÁ DIAS ASSIM

Poema baseado num poema lindíssimo e que me emocionou bastante, da minha querida amiga Sónia Flor Borboleta e por isso este poema é também a ela dedicado

DECERTO HAVERÁ DIAS ASSIM

Em que as nuvens

Estejam a tapar o sol

Porque aconteceu

Por acaso

Porque

A vontade dele que as criou

Certamente não seria essa, a vontade de Deus

Decerto haverá dias assim

Em que esse céu

Esta cheio dos aviões que eu amo

E a natureza

A pulsar de belas borboletas

Que de flor em flor

Enchem o ar da magia

Que pulsa da alma de um poeta

Decerto haverá dias assim

Em que uma pessoa estranha

Que está ao nosso lado

Numa qualquer paragem de autocarro

Seja afinal um amigo

Que desejávamos

Um amigo abençoado

Decerto haverá dias assim

Em que as ruas sejam feitas

De chocolate

As estrelas de bom bons

E o ar de suave perfume

Comemos com os olhos

Mas também com a barriga

Para não perdermos esse doce costume

Decerto haverá dias assim

Em que mal saímos de casa

Recebemos “aquele abraço”

Aquele doce beijo na cara

Por pessoas que nos amam

Que estão em todo o lado

E que o fazem

Sem qualquer tipo de pudores

Sem qualquer tipo de embaraço

Decerto haverá dias assim

Em que vamos para o emprego

A cantar “aquela música” que amamos

E que pensamos ninguém gostar

Reparando

Que de repente

Toda a gente

Está connosco a cantar

Decerto haverá dias assim

Em que o suspiro que deitamos

Não é de tristeza

Pela ausência de “vós”

É um suspiro de alegria

Porque nunca estamos sós

Porque há sempre alguém

Que nos estima

E que nos faz sentir amados

Porque todos temos

Alguém que nos ama

Todos somos

De certa forma adorados

Já o meu mestre das palavras diz que

“Na grande fraternidade

Dos homens livres

Nunca se está sozinho”

Porque

Nunca se trilha

A estrada para o infinito

Sem ninguém

Ao nosso lado

Nunca ninguém

Está só

Nunca ninguém

Está realmente abandonado

Porque a eternidade

Nunca terá um fim

Temos sempre

Quem nos estima

Simplesmente

Porque…

Decerto haverá dias assim