PARTILHÁMOS

Àqueles que me amam, que me chamam “Amigo”, mesmo estando longe estando perto, mas sobretudo à Patrícia, e à Borboleta Amigas Enormes, das quais tenho tantas, tantas saudades…A Todos e a todas, muito obrigado por ser quem são em relação a mim, este mero artesão do pó das estrelas o tal tento transformar em palavras

PARTILHÁMOS

Uma mesa

De finas iguarias

Comida farta

Sentires imensos

Nessa coisa estranha

Que é a vida

Uma enorme

E quase inexplicável

Alegoria

Partilhámos

Sorrisos

Em tempos de cólera

Em tempos de incompreensão

Porque embora acompanhados

Ambos somos sós

Pois temos nas nossas asas de poeta

Centelhas da imensidão

Partilhámos

Histórias

De gente que partiu

De gente que está sempre a chegar

Nunca estando o tempo certo

Ao pé de nós

Para ocupar

O respectivo lugar

Partilhámos

Tristezas

E um enorme mar

Da desilusão

Porque o que vimos

Não entendemos

E o que sentimos

Não tem compreensão

Partilhámos

Algumas vezes copos

Sendo que vocês

Pararam logo no início

Acompanhando-me

Na vertigem

Alcoólica

Que me leva ao precipício

Pedindo

Não pedindo

Que parasse

De sofrer

Porque no fundo

Desse álcool

Só os meus fantasmas

Revejo

Me fazem tremer

Partilhámos

Aquele belo poema

Que fizemos

Ou lemos juntos

E que nos levou às lágrimas

Pela mensagem

Que nos fez sonhar

Ou apenas

Imenso reflectir

Porque é por vezes

Nas palavras

Que quem está perdido

Sabe bem

Para onde ir

Partilhámos

Aquele

Momento

Especial

Em que

Por um segundo

Fomos o centro

Do Universo

Embora

Ninguém tivesse reparado

A não ser

Tu amiga

Amigo

Que tornas-te esse momento

Com a tua presença

Em algo

Sem igual

Partilhámos

Aquele momento

Muito especial

Em que sem o dizer

Disseste

“Sou tua amiga”

Com a alma a sorrir

E o coração

A transbordar de ternura

Devolvi-te a embalagem

De afectos

E nessa altura

A minha alma

Passou

Em parte a ser tua

Para a eternidade

Para o tempo

Que a quiseres aceitar

Até a podes devolver

Mas essa encomenda

Eu irei recusar

Porque quando digo uma coisa

Digo-a com verdade

E máxima convicção

O que sou

Pode ser nada

Mas de quem gosto

Gosto

Com toda a admiração

Sendo o melhor tesouro

Que me podem dar

É a vossa amizade

A vossa atenção

Eu estou

Onde sabem

À vossa espera

Com a carta

Do destino

Já fechada

Na mão

A carta diz simplesmente

“Gosto de vocês

Vocês são as minhas estrelas

Até ao infinito

Vocês são a parte que me escasseia

São o ar

O amor

Que me falta

São de mim

A minha suprema

Inspiração

São perante a noite eterna

A candeia

Que tão bem me ilumina

Que de forma tão sublime

Me está a iluminar

E é com vocês

Que pelas estradas

Celestiais

Terrenas

Eu quero ficar”