Um Camarote Para Eles

Os fiéis representantes do gado,

Aqueles comprometidos com o capitalismo,

Não me aceitam alado.

Mesmo os que o fazem, esbarram no cinismo...

Apostam nos defeitos,

Que habitavam meu peito.

Não acreditam na minha morte.

Não apostam que eu tenha encontrado meu norte.

Ao invés de me apoiarem nessa meta,

Aguardam mais essa espetacular queda.

Sinto que vou desapontá-los...

Explicitamente, vou decepcioná-los.

Vou surpreendê-los,

Com a intensidade dos meus apelos.

Não imaginam a usina de energia que me tornei,

Fruto de cada vez que me recuperei,

Que me redirecionei,

De todo a afeto que semeei.

Do tanto que amei

E, ainda amarei...

Enquanto houver respiração,

Para alimentar a inspiração!

Tudo que passei

Eu processei,

Digeri

E aprendi.

Um disparate para os integrantes do gado,

Com seu comportamento bitolado.

Entendo esse posicionamento duvidoso,

Em nada honroso.

Semeado, criteriosamente, pela sociedade,

Que premia a mediocridade.

Quer a população sobre o seu cabresto,

Sem direito a improvisação no texto.

Quando alguém tenta se separar,

Tenta se superar

E decolar,

É apedrejado até sangrar...

Tenho um escudo invisível e sagrado

Que me mantém sensível e acordado:

É a poesia,

Base de minha sinfonia,

Que não me quer preso ao chão.

Exige-me aberto às melhores possibilidades

De espalhar longevidade

Para as suas sementes,

Escolhidas, artesanalmente,

Pela vastidão.

O vôo é certo e seguro.

Meu destino: o mais profundo!

Parabéns pelos 500 textos, Welinton!

Espero que isso seja apenas o começo!

Vídeo indicado:

http://www.youtube.com/watch?v=v30uH2PBaBc&NR=1

Claudio Poeta
Enviado por Claudio Poeta em 01/10/2010
Código do texto: T2531052