Interdimensional

Está em meu olhar

Esse novo pulsar...

Esse novo perceber,

Que me faz começar a apreender

Uma parcela da dimensão

Da vastidão...

Tão afastada da atual mentalidade,

Que sabota, no âmago, a atualidade.

O desprendimento está sendo progressivo.

Encolhe visivelmente meu lado agressivo,

Ao mesmo tempo em que vejo crescer em mim,

As flores da paz, suavizando meu jardim.

O tom da voz mudou.

Algo, indiscutivelmente, se acomodou,

Exatamente, no tectônico movimento

Do interior reposicionamento.

Efeito mais que especial,

Desse momento transcendental,

Onde me descubro,

Finalmente maduro,

Para pedir menos e dar mais.

Para desmistificar todas as estúpidas catedrais!

Com uma vontade insana,

De inflamar todas as miúdas chamas.

Há muito deixei de me ver como um pólo receptor,

Passivo,

Constantemente intimidado,

Acuado!

Sou, agora, um pólo emissor,

Holisticamente ativo.

Incontestavelmente inspirado

E, indiscutivelmente arrebatado.

Sou um sobrevivente de antológicos tombos.

Aprumaram-se meus ombros.

Saí da sombra confortável

Do socialmente aceitável...

Obviamente que é alternativa a minha sociedade!

Roubei as rédeas da ansiedade.

Aprendi a lição de Fernão Capelo

De valorizar o meu enredo.

Entendi que meu vôo é interdimensional,

Por ser cria do espaço sideral.

A referência

Da minha consciência.

A origem

Dessa vertigem...

A harmonia

Da minha improvável melodia.

Dedico esse texto ao meu beija-flor predileto:

Arlete Canário

Vídeo OBRIGATÓRIO:

http://www.youtube.com/watch?v=u-DcBijCYcc

Claudio Poeta
Enviado por Claudio Poeta em 28/09/2010
Código do texto: T2524848