Na minha Rua " Evaldo da Veiga Na minha rua um mundo de simpatia, gente alegre que se estimam Movimento maior pela manhã e na hora de retorno do trabalho, ninguém foge do batente, vai bem alegre e volta contente À única coisa que não harmonizava, era uma chácara com muitos frutos que maduravam no pé, e caiam para apodrecer no chão Inútil bater palma o dono não vinha e, quando vinha, se recusava em atender pedidos A criançada olhava com jeito de pidão, mas o dono não estava nem ai Não dava não vendia e não trocava, produzia tristeza e desilusão Era a parte fraca da rua, o único elo solto, fugindo do padrão de cortesia e fraternidade Causava tristeza e até depressão, nem tanto por deixar de comer tantas frutas diversas, sim vê-las maduras jogadas ao chão A cerca de arame farpado protegia a ausência de proteção Mas um dia a tristeza se foi, Dona Mariazinha a Rezadeira mostrou o que todos viam sem ver, as frutas bicadas pelos pássaros, num sinal claro que para eles era alimento Daí, se começou a reparar nos sanhaços, Sabiás, Trinca Ferros, Bentevis, uma diversidade imensa de pássaros que embelezavam a Rua O Senhor Chico Horror, dono da chácara, passou a se chamar, Senhor Chico do Amor evaldodaveiga@yahoo.com.br |
Evaldo da Veiga |
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