ÍRIS EXISTENCIAL

Poema inspirado indirectamente na Tua belíssima e cativante escrita e directamente nas minha questões existências de sempre…

ÍRIS EXISTENCIAL

Quero optar

Por um lado

Na luta entre o coração

E a razão

Não consigo

O coração faz-me sonhar

A razão

Dá-me instrumentos para voar

Vivo num

Íris existencial

Quero parar de fumar

Para melhor

Respirar

Mas o vicio do fazer

E a psicologia de como

E porque o faço

É a minha maior força

Mas também

Supremo embaraço…

Nesse

Íris existencial

Onde quando bebo

Os copos

Se transformam numa montanha

E os pesadelos neles latentes

São a sua floresta

Que corto a eito

Quando nada mais me resta

Na

Íris existencial

Onde a escrita

É um supremo Juiz

Daquilo que sou

Com poemas

Tento curar

As feridas

Que a minha vida cá fora

Te causou

Perante o

Íris existencial

Estou sempre a balançar

Entre os meus mundos

Complexos

Que fazem parte da minha natureza

Mas também faz o resto

Embora hesite

E não tenha bem a certeza

Se deve deixar os mundos

E ganhar as asas de um sonho

Mais brando

Mas mais conseguido

Porque nunca bem sei

O que se passa comigo

Neste baloiço

Entre o sentir

E o que vou imaginando

Folhas do livro da minha vida

Que vou escrevendo

Enquanto

O vou lendo, vou desfolhando

Beijos perdidos que dei ao acaso

Beijos achados

Que nunca tiveram destino

Então

Nesta luta

Esboço mais um sorriso

Dum cinismo

De um homem

Que ama e sente

Como nunca sentiu

Fio de uma bomba

À qual já acendi o pavio

Numa explosão

Já presente

Por todo o poema

Que não vai rebentar

Já rebentou

Sendo os restos

Mais algumas palavras

Que para quem quiser ler

Ou para Ti

Que o autor destas linhas

Deixou…

Porque acima de tudo

Viver

É o essencial

E agora sim

Riu com vontade

Porque consegui

Sintetizar minimamente o que sinto

Neste

Íris existencial