Quintal de Casa

A goiabeira tem seus critérios,

Que, a nós, são verdadeiros mistérios!

Ela cresce toda torta, em ângulos confusos,

Entre seus braços escusos,

Com sua estética,

Desafiando o conceito de métrica...

Totalmente sem graça,

Como que de pirraça!

Aos desavisados parece esquisita...

Talvez, aflita!

Mas, suas flores são de uma delicadeza,

Que transpira nobreza!

Pequeninas, delicadas,

Concentradamente encantadas.

Fazem-nos, espontaneamente, subir um tom,

Para que seja devidamente apreciado o seu som...

É tanta harmonia,

Que beira à rebeldia!

Seus frutos,

Com seus revigorantes sucos,

Quando maduros,

Têm um sabor,

Que é um primor!

Alimentam,

Sustentam!

Fazem um bem tão grande

Que deveriam ser gigantes!

Entretanto, tudo isso é nada,

Diante de ficar olhando pra ela

Da janela,

Em plena alvorada!

Mais um daqueles oráculos,

Em forma de espetáculo!

Muito mais do que expansão de consciência,

É transcendência!

Percorrer com o olhar os atalhos,

Por entre seus galhos...

Portais para outro nível de percepção,

Que exige muito mais atenção!

Muita delicadeza,

Mente aberta,

Seguindo as setas,

Em total alerta,

Para escolher as retas.

Obedecendo as sutilezas,

Vou ascendendo às suas riquezas,

Aos seus núcleos de belezas...

Aquelas que de tão simples,

Transpiram requinte!

De tão plenas,

São absolutamente serenas!

De tão corajosas,

São abusadamente generosas...

Querem repartir...

Querem institucionalizar o sorrir!

É reconfortante permanecer em seus domínios,

Sob a guarda e tutela de seus signos!

Dedico a essência dessa criação ao meu amigo/parceiro musical:

Louis Plessier

Que vai fazer uma angioplastia amanhã.

Vídeo recomendado:

http://www.youtube.com/watch?v=qSCkCeq_VXo

Claudio Poeta
Enviado por Claudio Poeta em 15/09/2010
Reeditado em 15/09/2010
Código do texto: T2498822