Dilúvio de Amor
Chove nesta terra
Um dilúvio de lágrimas
Talvez uma lavagem de tristezas
Um saudade que se arrasta
Pelas ruas molhadas e agora lavadas
Desta cidade que me é estranha
Chove nesta terra
E eu tenho o rosto molhado
Porque a chuva me toma
E me envolve na sua água gelada
Fazendo o corpo tremer
Compondo uma pauta de pingos
Chove nesta terra
Tal como caminha o meu coração
Num poço de sensações
De controversas ilusões
Que num devaneio absurdo e meigo
Me consome de ausência
Chove nesta terra
E aí? Choverá?
E dentro do teu coração?
Que cores terá o teu sol?
Que desejos ocultos manténs escondidos?
Será que ficarás ai e eu aqui
Longe de conhecermos um final feliz
Chove nesta terra
Chove no meu peito
Queria o teu beijo
Longe ou perto
Doce ou ausente
De preferência presente
Chove nesta terra
Mas não nestes versos
Porque aqui o sol brilha
Timido e envergonhado
Dorido e atrapalhado
Tentando afastar as nuvens
Chove nesta terra