CHAMO-TE

A ti, adorada borboleta, flor princesa imensa, maior Amiga:

CHAMO-TE

Quando estou nas trevas

No fundo do poço

Mas também quando vejo as estrelas

E em particular

Uma cadente

Para me dar sorte

Para que nunca

Estejas

Ausente

Chamo-te

Quando estou sóbrio

Depois

De mais uma grande bebedeira

Onde me abeirei do tal poço

E por isso

Quero falar contigo

De coisas que valham a pena

Não de coisas

Ligeiras

Chamo-te

Para veres

Mais um momento belo

(Tão raro em mim)

Para receberes

Mais um poema

Na rima repetida

Mas nunca tu

Porque vales a pena

Chamo-te

Depois de ter descoberto

Mais um planeta

Talvez seja do “Princepezinho”

O meu grande mito

Que me está sempre a maravilhar

Sendo por isso

Que contigo

Tal quero partilhar

Chamo-te

Porque descobri

Um sentido

Para o meu amor

Mas essencialmente

Para a nossa amizade

Tem o corpo

De um anjo

Asas de borboleta

E o espírito

Do tamanho

Da minha imaginação

Mas sobretudo

Possui a profundidade

Da tua nobre

E sem igual

Imensidão

Chamo-te…