Serras e cafezais (Manhuaçu)
Acordo triste e na janela do ônibus vejo o dia que já vai nascer
Lentamente vou lembrando de um vale
Onde ao longe a serra ainda escura se espreguiça e desperta silenciosa
Onde as nuvens baixas se estendem e sussurram brisas geladas
E a estrada de terra e pedra segue sem destino
Entre cafezais e cachoeiras
Uma casinha se esconde nesse vale verde
Dentro dela vive uma saudade
E bem longe dela vivo de recordar tempos felizes
Um dia eu estive nessa terra
Um dia andei por essas trilhas
Um dia desafiei suas rochas altas
E fui recompensado com a vista de seus cumes
Com o abraço de seus ventos frios
E o frescor de suas águas puras
As lembranças desses dias ressurgem
E o coração então agoniza sem aviso
Enquanto observo as cidades pela estrada
O tapete de luzes e sombras vai passando
Eu vou lembrando e vou sorrindo
No canto do olho uma lágrima desce quente
Uma saudade aperta e dói demais
Por um momento penso em voltar, e lamento
Por um momento penso em você, e agradeço
As serras e os cafezais ficam na memória
E vão sumindo pela longa estrada
As amizades permanecem na lembrança
E duram pra sempre no coração
Lembranças e homenagem a um amigo de Manhuaçu - MG