E eu Falo…
E entrego-me
A gente estranha
Anónima
Que costumo
Pelas ruas do mundo
Da vida encontrar
Até que quando me começam
A conhecer
Ou a tentar
De alguma forma
Perceber
Dou comigo
A desaparecer…
Porque gosto de pessoas
Mas não sei como lidar
Com o afecto
E assim
Vou distribuindo o que sou
Mas sem nunca
Me revelar
Totalmente
Sem nunca conhecer
Um real local
Um legitimo lar…
Pois fiz do amor
Da amizade
As minhas linguagens
Universais
Que não entendo
Ou não consigo
Dominar
E apesar
De querer ficar
Num único local
Com uma única pessoa
Ou pessoas
Para todo o sempre
Até que alguém
Na minha itinerância
Me consiga prender
Me consiga agarrar
Como eu secretamente desejava
Só me sinto bem
Realmente bem
À noitinha
Debaixo do meu céu estrelar…