Sentir...
O sol na minha pele
A luz das estrelas
A ferver na minha alma
Carestias de um Deus anónimo
Que tanto me desassossega
Como me acalma…
O som que faz o mundo
Quando está a falar
Tantas e tantas vozes
Que o que quero
Em certas ocasiões
É apenas uma
E só uma
Escutar…
Que pertenço aqui
E em qualquer outro lugar
Sentir laços de imutável fraternidade
Sentir o meu eco perdido
De individualidade
Sem o qual não posso viver
Sem o qual não consigo respirar
Sentir que faço parte de um todo
E que ao mesmo tempo
Não faço parte de nada
Como um beijo
Que se quer dado
Mas que se perde
Em mais
Uma louca
E intensa madrugada
Onde costumo criar mundos
Estabelecer laços perenes
Para no dia seguinte
Deles não querer saber
Porque a inconstância
Por vezes brutal
Na intensidade
É parte do que sou
É parte indissociável do meu ser…