Eu sei, eu sei, eu sei…

Que pertenço aqui

E a qualquer outro lugar

Mas onde estou bem

E detesto isso em mim

É onde por vezes

Desejo ninguém me possa encontrar…

Pareço ser de toda a gente

Quando começo a sorrir

Começo a comunicar

E toda a gente me quer tocar

Tentar perceber a forma do meu ser

Mas sei demasiado bem

Que nunca ninguém

Me poderá ter…

As formas simples

Com que olho uma realidade

Tantas e tantas vezes complicada

Para mim

Os dias são feitos

De infinitas sensações

Que tento tocar a todas

Esvaindo desta forma

As minhas incomensuráveis emoções…

Que o fim de tudo

Para mim significa

Um novo recomeçar

Que receio geneticamente

Pois apesar de adorar

No que sinto

Me costumo embriagar

Tendo medo do dia seguinte

Tendo medo

Do que senti

Ter sido em vão

Tenho medo

Do afecto desinteressado que dou

E daquele que recebo

Tenho orgulho no que sou

Mas tenho também muito medo

Tenho medo que o carinho

Se perca

Que a fraternidade

E o belo

Se desvaneça

Que dê comigo

A ver que o que mais amo

Os meus sonhos

Me tenham sido roubados

Porque apesar

De raramente criar empatia

Tenho um medo terrível

De reparar

E sentir

Que não tenho ninguém a meu lado…

Miguel Patrício Gomes
Enviado por Miguel Patrício Gomes em 09/07/2010
Código do texto: T2367355
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