Eu sei, eu sei, eu sei…
Que pertenço aqui
E a qualquer outro lugar
Mas onde estou bem
E detesto isso em mim
É onde por vezes
Desejo ninguém me possa encontrar…
Pareço ser de toda a gente
Quando começo a sorrir
Começo a comunicar
E toda a gente me quer tocar
Tentar perceber a forma do meu ser
Mas sei demasiado bem
Que nunca ninguém
Me poderá ter…
As formas simples
Com que olho uma realidade
Tantas e tantas vezes complicada
Para mim
Os dias são feitos
De infinitas sensações
Que tento tocar a todas
Esvaindo desta forma
As minhas incomensuráveis emoções…
Que o fim de tudo
Para mim significa
Um novo recomeçar
Que receio geneticamente
Pois apesar de adorar
No que sinto
Me costumo embriagar
Tendo medo do dia seguinte
Tendo medo
Do que senti
Ter sido em vão
Tenho medo
Do afecto desinteressado que dou
E daquele que recebo
Tenho orgulho no que sou
Mas tenho também muito medo
Tenho medo que o carinho
Se perca
Que a fraternidade
E o belo
Se desvaneça
Que dê comigo
A ver que o que mais amo
Os meus sonhos
Me tenham sido roubados
Porque apesar
De raramente criar empatia
Tenho um medo terrível
De reparar
E sentir
Que não tenho ninguém a meu lado…