E a noite caia…
Tive vontade de te dar um beijo
De te despertar
Mas para quê?
Se falsas esperanças
De um amor transparente
Mas de que tão denso
Lhe faltava a consistência humana
E distante
Quase subliminar
Era quase tudo
No imenso que eu era
Aquilo
Que te tinha para te dar…
Vi o meu reflexo num copo
No qual procurava
Esquecer
O sofrimento
Que te causei
Por tanto te fazer sofrer…
E desejei
Que encontrasses alguém
Que pudesses amar
Mais do que me amavas
Sentimento que perdias
E achavas
Em cada madrugada
Na qual eu tanto partia
Como
Sem me anunciar
Chegava…
Para te jurar
Um amor eterno
Que tanto poderia durar semanas
Como ser efémero…
Sim…
Amava-te
Bem à minha maneira
E por isso
Meu amor
Nunca te poderia
Ter à minha beira
Devido à força de atracção dos meus mundos
Que tentavas
Mas nunca conseguirias compreender
Pois para mim eras um todo
Eras uma companheira
E ao mesmo tempo
Não eras quase nada
Devido ao facto
De a vida para mim
Ser tão intensa
De que para não me magoar com ela
Teria de passar por ela
De uma forma ligeira…
E a noite caia…