Então sorri…
Para quem me deu antes um sorriso
Uma forma de afecto
Que às vezes
Meio esquecido
Na minha doce alienação
Bem preciso…
E ela perguntou-me baixinho
“Quem és tu, para onde vais
que só de olhar para ti
sinto e sei
que és diferente
o que buscas
no meio desta multidão
que sei que amas
mas sei que para ti
passa por ser totalmente indiferente…?”
E eu sorri…
Senti
Que alguém tinha pulado
O fosso do meu castelo
Que tinha eregido
Para me proteger
Das pessoas
Das sensações
Que tanto me fascinam
Como me fazem doer…
Acendi então um cigarro
Bebi mais um copo
Que tanto me sabia a doce
Como me sabia amargo
E deixei as minhas amarras
As minhas prisões intimas
De lado
E de certa forma
A perguntas tão cristalinas
A responder
Me vi obrigado…
“Vim das estrelas
e a elas
estou sempre a regressar
vim da terra transparente
dois
tão diferentes lares
Busco a paz total
O amor
Uma amizade incondicional
A utopia
A magia
Coisas
Que nunca poderei ter
Mas sou feliz
Por tal serem os meus sonhos
Mais ambiciosos
Que me fazem crescer
Por os querer ter
E enquanto suspirar por eles
Sei
E sinto
Que nunca irei envelhecer
Sou uma espécie de Princepezinho
Que navega
De planeta em planeta
Em busca do seu cantinho
Onde possa adormecer
E sonhar
Onde possa ser eu
Um eu
Que toda a gente
Possa gostar…”
E sorrimos os dois
E decidimos passear juntos
No dealbar
Daquela madrugada
Decidimos procurar juntos
O meu lugar distante
A minha verdadeira casa…