Então sorri…

Para quem me deu antes um sorriso

Uma forma de afecto

Que às vezes

Meio esquecido

Na minha doce alienação

Bem preciso…

E ela perguntou-me baixinho

“Quem és tu, para onde vais

que só de olhar para ti

sinto e sei

que és diferente

o que buscas

no meio desta multidão

que sei que amas

mas sei que para ti

passa por ser totalmente indiferente…?”

E eu sorri…

Senti

Que alguém tinha pulado

O fosso do meu castelo

Que tinha eregido

Para me proteger

Das pessoas

Das sensações

Que tanto me fascinam

Como me fazem doer…

Acendi então um cigarro

Bebi mais um copo

Que tanto me sabia a doce

Como me sabia amargo

E deixei as minhas amarras

As minhas prisões intimas

De lado

E de certa forma

A perguntas tão cristalinas

A responder

Me vi obrigado…

“Vim das estrelas

e a elas

estou sempre a regressar

vim da terra transparente

dois

tão diferentes lares

Busco a paz total

O amor

Uma amizade incondicional

A utopia

A magia

Coisas

Que nunca poderei ter

Mas sou feliz

Por tal serem os meus sonhos

Mais ambiciosos

Que me fazem crescer

Por os querer ter

E enquanto suspirar por eles

Sei

E sinto

Que nunca irei envelhecer

Sou uma espécie de Princepezinho

Que navega

De planeta em planeta

Em busca do seu cantinho

Onde possa adormecer

E sonhar

Onde possa ser eu

Um eu

Que toda a gente

Possa gostar…”

E sorrimos os dois

E decidimos passear juntos

No dealbar

Daquela madrugada

Decidimos procurar juntos

O meu lugar distante

A minha verdadeira casa…

Miguel Patrício Gomes
Enviado por Miguel Patrício Gomes em 08/07/2010
Código do texto: T2365493
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