Tenho Fome de Viver…
De tocar
E sentir as estrelas
E sentir-me bem vivo
A existência pode não ter as nossas cores
Mas depende de nós
E nunca dos outros
Para a tornar
Bela, bela, bela…
Tenho vontade de dormir
O mínimo possível
De parar o essencial
Para não perder
Nem sequer um segundo
Para viver os dias
Uns a seguir aos outros
Numa sequência ardente
Esquecendo o passado
Vivendo o futuro
E sobretudo o presente…
Quero amar
O ar que respiro
As palavras que transpiro
A vida
Na sua vertiginosa sequência
Quero abraçar
Tudo ao mesmo tempo
Quero sorver do que aprecio
A sua essência…
Tenho a necessidade
Louca
De nunca acreditar
Na palavra “nunca…”
E olhar para aquilo que fiz
Para aquilo que construí
Tantas e tantas vezes
Quando me diziam que não valia a pena
Que não valia a pena continuar
Eu sorri com ternura
E tanta coisa
Consegui realizar…
Quero construir mundos
Através dos meus sonhos
Quero transformar
O que me dizem impossível
Em realidade
Quero estar ao pé do mar
Quero estar bem no céu
Quero de ambos
As estrelas
Que tanto me fascinam
Quero
Que acreditem no que sou
Naquilo que eu tenho tanto para dar
Porque dar
Sem quase nada receber
É a minha estranha
E estranhamente feliz
Forma de neste mundo
E de nos meus estar…
Tenho pois fome de ser
Tenho fome pelo que ainda não vivi
Tenho fome de viver…