Taciturna amizade

Nosso encontro estava escrito nas estrelas,

nosso olhar foi uma colisão galaxial,

nada foi premeditado, nada planejado, recatados,

como seres de luz própria orbitávamos em diferentes mundos,

fazia muito tempo que não conhecia ninguém tão especial.

Nossas primeiras palavra um ao outro foram de encanto,

atração mútua, transladação natural, um momento mágico,

um sorriso lindo, um olhar luzente, uma sexy appeal,

como foi bom ter conhecido você, foi um acontecimento surreal.

Deste encontro meteórico explodiu um sentimento recíproco,

não havia maldade, sexualidade, nem desejo, apenas carinho,

o desejo de ver-te, estar na tua presença, arrumar motivos pra te ver,

e foi crescendo a admiração, foi aflorando a inspiração poética,

você crescia em mim, você passou a habitar em mim,

e tropecei na paixão e cometi o pecado do excesso de zelo.

A amizade parecia estar extrapolando o seu limite,

mas onde há reciprocidade há liberdade, era no que cria,

mas não foi suficiente para exacerbar no exagero dos sentimentos,

e te perdi no fantasma e pesadelo de estar sufocando-te,

com tanto cuidado e atenção - como fui imaturo!

Hoje prossigo no encalço de recuperar o tempo perdido,

estou no deserto de tua ausência artificial,

não consigo acreditar que tudo de bom que houve foi em vão,

pois o bem não é mortal ou fenece com o tempo,

meu tempo pode ter até parado, mas o mundo continua a girar

parece que nada nos resta, mas teu canto no meu coração

ainda preserva o acervo imutável de teu sorriso, teu olhar,

todas as tuas lágrimas, tuas dores e tuas vontades,

posso ter cometido todos os erros, mas em nenhum segundo,

deixei de te amar - doce amiga - volta para o teu aconchego!

Estarei esperando de braços bem aberto, como se nada tivesse acontecido.