Mar escuro

Negro pelo anoitecer

Nem a luz menina o deixa iluminado

Enquanto o céu escuro reflete a solidão

Iludindo o inesperado.

Seios fartos de ondas

Colostro de nascente

Que alimenta a noitePara o dia nascer.

Conto as ondas que embalam o berço

Esperando o amanhecer

Canto a canção bem baixinho

Para não acordá-lo.

Planto flor,

Crio espinhos,

Viro raiz para a fome matar

Recebo o mel da nascente

Que corre em busca de abrigo no mar.

E ao acordar...Nasce menino,

O espero crescer,

O ensino a falar...

E por ele faço tudo novamente

Navegando no mar escuro sempre.

(Debora Moreno.)

Debora Moreno Contadora de histórias
Enviado por Debora Moreno Contadora de histórias em 23/05/2010
Reeditado em 23/05/2010
Código do texto: T2273642
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