Mar escuro
Negro pelo anoitecer
Nem a luz menina o deixa iluminado
Enquanto o céu escuro reflete a solidão
Iludindo o inesperado.
Seios fartos de ondas
Colostro de nascente
Que alimenta a noitePara o dia nascer.
Conto as ondas que embalam o berço
Esperando o amanhecer
Canto a canção bem baixinho
Para não acordá-lo.
Planto flor,
Crio espinhos,
Viro raiz para a fome matar
Recebo o mel da nascente
Que corre em busca de abrigo no mar.
E ao acordar...Nasce menino,
O espero crescer,
O ensino a falar...
E por ele faço tudo novamente
Navegando no mar escuro sempre.
(Debora Moreno.)