Estou Aqui, estou Além…
Em todo o lado
E nenhum em particular
Estou de facto
Onde infelizmente
Ninguém me pode encontrar…
Estou presente
Estou ausente
Estou lúcido
Estou demente…
Amo num segundo
Que parece durar uma eternidade
Depois fico fora dos jogos de afectos
Pois assim sou eu
Assim é a minha bendita
E maldita
Interioridade…
Vivo no presente
No futuro
No passado
Embora nessa época
Seja demasiado tarde
Sou amigo
Amor demasiado inconstante
Pois sou algo
De afectos
Demasiado diletante…
Observando a aurora
Cada novo recomeçar
Num misto de lágrimas
E de sorrisos
Lamentando não me dar a conhecer
Lamentando nem eu próprio
As linhas da vida
Consiga entender
Mas sou alguém fiel
Por toda a eternidade
Embora seja necessário
Que me entendam
Melhor do que eu
Para entenderem
Toda a minha panóplia afectiva
O alcance loquaz silencioso da minha amizade…