E Eu…
Falo
Mas parece que ninguém está a ouvir
Toco
Em conversas imensas
Que tanto me fazem bem
Como me parecem ferir…
Enquanto ouço a tua voz
A voz das estrelas
Que não tem um som concreto
Que apenas se faz sentir
Com uma informação tão plena e tão bela
Que nas minhas hesitações
Me indica nas trevas
Para onde caminhar
Para onde me dirigir…
Na altura mágica
Crucial
Dolorosa
Prazerosa
Em que estou na estação
Com vontade de partir
Para algures
Num local
Que não apareça no mapa
Num local
Cuja indefinição
Me dá vida
Me mata
Enquanto vejo numa poça de água
Das lágrimas de quem tem medo que eu vá
O meu reflexo
Cabelos brancos
A marca que o tempo passa
E dou comigo a sorrir
De satisfação
Porque apesar de só
Tenho amizades
Camaradas
Que nas longas jornadas sem nada
Me preenchem
Toda a minha vasta
E portentosa Imensidão…