Estação de Passagem

É outono! Está certo!

Deixe seus apegos caírem,

Para outros sentimentos,

Mais adequados, surgirem,

Brotarem do natural movimento,

De quem caminha reto.

De quem sente real necessidade de evoluir:

De quem não admite seguir por seguir...

Tudo tem um propósito!

Ainda que um tanto obscuro,

Pode até estar oculto...

Mas, existe um fio conduzindo tudo

Que compõe e mantém em encadeamento,

O mundo.

Todo o sonhado entendimento

Está tão próximo...

Não se pode perder tempo com a folha que cai,

Com a ligação que se esvai.

Há tanto para fluir,

Para descobrir

Antes de desaguar

No imponderável mar,

Onde se guardam todos os segredos

Desse, cosmicamente criativo, enredo.

Não desejar reter a água sob a ponte,

Ao contrário, erguer a cabeça,

Já aliviada das contestáveis certezas,

E encarar o horizonte!

Com todas as suas possibilidades,

Com a sua ininterrupta atividade...

Sentir-se parte integrante dessa engrenagem!

Servir-se de passagem:

Um elo entre o céu e a terra,

Uma consciência registradora,

Dessa fábula arrebatadora;

Submeter-se à serra!

Reverenciar a mata e o mar!

Praticar a atenção

E a intuição!

Abusar da sensibilidade

Com humildade!

Nunca se afastar do Amar!

É como sinto a pulsação

Dessa outonal estação!

Esse texto é presente de aniversário para minha amiga

Mariza Guimarães Rocha

Claudio Poeta
Enviado por Claudio Poeta em 24/04/2010
Código do texto: T2216089