Amizade
Não me percebo
Não paro de me desentender
Porque em mim
Certas amizades
Daquelas que ficam
Para a eternidade
Começam sempre
E de forma invariável
Por um Amor
Que só foi promessa disso
Que me deixou à margem
Mas que deixou no seu lugar
Estrelas
Borboletas
Poemas
E uma panóplia portentosa de belos sentires imaculados
Amigas
Daquelas fortes
De forte personalidade
Daquelas que estão
E restarão em mim
Pelo caminho desconhecido da Eternidade
Ao passo que sinto
Mais do que sei
Que o amor corrompe
E vicia
A minha interioridade
Não entendo
Porque não opto sempre
Pelo caminho sem lágrimas
Quase sem sofrimento
Da mais pura e cristalina
Fraternidade
Porque invariavelmente
Tenho de passar pelo Amor
Como se apreciasse
O tipo de Dor
Que ele me dá
Mas não aprecio
Prefiro sorrisos
Prefiro palavras simples
E não duma perigosa complexidade
Que não encontro
Na Amizade
Porque não sei ler
Ou leio muito mal
As encruzilhadas
Os segundos sentidos do Amor
E assim
Sou e serei muito melhor Amigo
Do que um Amante falhado
Porque no Amor
Quando consigo o que quero
Tenho que me eclipsar
Tenho de ir para o outro lado
Ao passo que na
Amizade
É casa concreta
Onde quero estar
Onde consigo pontificar
Num reino de afectos
Que por ventura
É a minha nata
E natural
Forma
Entre a sombra
E a luz
De Estar
Amizade…