Amizade

Não me percebo

Não paro de me desentender

Porque em mim

Certas amizades

Daquelas que ficam

Para a eternidade

Começam sempre

E de forma invariável

Por um Amor

Que só foi promessa disso

Que me deixou à margem

Mas que deixou no seu lugar

Estrelas

Borboletas

Poemas

E uma panóplia portentosa de belos sentires imaculados

Amigas

Daquelas fortes

De forte personalidade

Daquelas que estão

E restarão em mim

Pelo caminho desconhecido da Eternidade

Ao passo que sinto

Mais do que sei

Que o amor corrompe

E vicia

A minha interioridade

Não entendo

Porque não opto sempre

Pelo caminho sem lágrimas

Quase sem sofrimento

Da mais pura e cristalina

Fraternidade

Porque invariavelmente

Tenho de passar pelo Amor

Como se apreciasse

O tipo de Dor

Que ele me dá

Mas não aprecio

Prefiro sorrisos

Prefiro palavras simples

E não duma perigosa complexidade

Que não encontro

Na Amizade

Porque não sei ler

Ou leio muito mal

As encruzilhadas

Os segundos sentidos do Amor

E assim

Sou e serei muito melhor Amigo

Do que um Amante falhado

Porque no Amor

Quando consigo o que quero

Tenho que me eclipsar

Tenho de ir para o outro lado

Ao passo que na

Amizade

É casa concreta

Onde quero estar

Onde consigo pontificar

Num reino de afectos

Que por ventura

É a minha nata

E natural

Forma

Entre a sombra

E a luz

De Estar

Amizade…

Miguel Patrício Gomes
Enviado por Miguel Patrício Gomes em 22/04/2010
Código do texto: T2211855
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