São Sombras na Noite…

Até ao meu limiar da Invisibilidade

Há corpos

Que se despem por vezes

Que passam por mim

Que se fundem comigo

Sem saberem que para o amor

Por vezes é demasiado tarde

Que nunca partilharão o dia comigo

Fazem parte da obscuridade

Numa promessa de afecto

Beijos dados

Beijos perdidos

Por toda a esplendorosa Eternidade

Corpos que partilho

No meu Grande Silêncio

Na minha impossibilidade

De amar e ser amado

De não poder corresponder

Ao que recebo

Ao que dou

E cansado de chorar

Este tipo de inevitabilidade

Olho em frente

Recuso o passado

E o presente

E o futuro

São escritos

Na linguagem

De quem eu quero a meu lado

Em cenários virtuais

Na grande rede

Que quero reais

Em pessoas

Nas quais teimo em acreditar

Numa fraternidade

Meu local definido

Onde gosto de estar

Pois se me farto te tudo

À velocidade da luz

Há pessoas que ficam

Que ficarão

Nas tais palavras prenhas de intemporalidade

As poucas pessoas

A que sou capaz de me dar

E de me dar a elas

O que tenho de melhor

A pureza

De uma imaculada Amizade…

Não estas pessoas possuem um rosto, não são sombras…

Miguel Patrício Gomes
Enviado por Miguel Patrício Gomes em 21/04/2010
Código do texto: T2209799
Copyright © 2010. Todos os direitos reservados.
Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor.