As Pessoas são muito estranhas…
E ouço a sua voz
Ouço o seu respirar
Ouço as suas lágrimas
Ouço os seus sorrisos
E não percebo
Se querem ou não ficar comigo
Vejo da minha janela o mundo
Vejo o universo
E quase que juro
Que lhes posso tocar
Quase que juro
Que sinto o que elas sentem
Mas sinto o mundo
Mil vezes mais intensamente
Mas julgo que tal a ninguém
Possa importar
Leio as linguagens da terra
De todos os povos
Mas só as consigo entender na sua linearidade
Pois as coisas quando se densificam
Fico entregue
À sua
À minha
Complexidade
E eu quero entender
Mas nunca
Nunca
Hei-de perceber
O que diz quem eu amo
O que diz quem me é indiferente
E perante tal
Só tenho uma oportunidade
De não perder a linguagem comum
É render-me
E dar a única coisa
De que sou capaz:
A minha Amizade…