As Pessoas são muito estranhas…

E ouço a sua voz

Ouço o seu respirar

Ouço as suas lágrimas

Ouço os seus sorrisos

E não percebo

Se querem ou não ficar comigo

Vejo da minha janela o mundo

Vejo o universo

E quase que juro

Que lhes posso tocar

Quase que juro

Que sinto o que elas sentem

Mas sinto o mundo

Mil vezes mais intensamente

Mas julgo que tal a ninguém

Possa importar

Leio as linguagens da terra

De todos os povos

Mas só as consigo entender na sua linearidade

Pois as coisas quando se densificam

Fico entregue

À sua

À minha

Complexidade

E eu quero entender

Mas nunca

Nunca

Hei-de perceber

O que diz quem eu amo

O que diz quem me é indiferente

E perante tal

Só tenho uma oportunidade

De não perder a linguagem comum

É render-me

E dar a única coisa

De que sou capaz:

A minha Amizade…

Miguel Patrício Gomes
Enviado por Miguel Patrício Gomes em 19/04/2010
Código do texto: T2205773
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