Manjedoura

Ela é delicada,

Recatada.

Parece que vai quebrar,

Que não vai suportar...

Vai surtar,

Vai se deixar macular...

Deixar-se-á deflorar?

Permitir-se-á minguar?

Para onde apontará?

Onde se recostará?

De onde vem a força,

Que na hora precisa, livra-a da forca.

Quem é que zela pelo seu destino?

Como é lindo o som do seu sino...

Qual a fonte de sua resiliência?

Será a sua inocência?

Ela é íntima do tempo,

Tempera o vento...

Habita o interior dos encantados,

O imaginário dos apaixonados!

A sua ausência enfeia o mundo

Empobrece tudo...

Enrijece a personalidade,

Enaltece a banalidade...

Hiato!

Vácuo!

Buraco negro

Desenredo...

Suplício,

Desperdício...

Em sua presença calma,

A divindade se revela,

Através da alma,

Que se acende feito vela...

A beleza aparece.

O céu desce...

A luz assume seu lugar.

Fica bem mais convidativo respirar...

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E se entregar.

Natural detentora do poder,

Proporciona o enternecer.

Carrega consigo o dom,

De ouvir aquele som

Mágico das esferas,

Com aromas de primaveras.

Nosso futuro está sob suas asas

Acolhedoras,

Manjedouras...

Mantenhamos acesas, as suas brasas.

Ela é o segredo da entrega,

A verdade da quimera...

O fator determinante

Para tudo que se apresenta

Como relevante;

Para tudo que se assenta

Como preponderante,

Como apaziguante.

A pureza,

É o principal ícone da nobreza.

Esse texto é presente de aniversário para um homem puro,

Meu amigo Alcir Andrade!

Claudio Poeta
Enviado por Claudio Poeta em 07/04/2010
Código do texto: T2182073