O LIVRO DAS BORBOLETAS
À Sónia Princesa Imperatriz Borboleta Rainha, Doce amiga que eu gosto desde o princípio dos tempos e que só irei deixar de gostar no final desses infinitos tempos
O LIVRO DAS BORBOLETAS
Num dia sem esperança
Em que não conseguia ver a minha meta
Em que nem sequer os meus mundos me bastavam
Descobri
O livro das borboletas
Lá
Vi pela primeira vez
Com olhos sensíveis
O que tu és
O que te trás por cá
Vi sonhos
Duma doce dimensão
Vi a dor que te consumia
E que me apertava o coração
Mas quando o abri
Ouvi também
Cantos de esperança
Que anunciavam
Que as minhas trevas
São passagem
Não são fim
Senti a voz
Da boa aventurança
Vi uma beleza sem igual
No corpo de belos insectos
Que tu amas
E eu por arrasto
Também lhes comecei a guardar
Algum afecto
Vi momentos perderem-se no tempo
Como areia
Numa praia
Vi como uma Lua
Pode ser cheia
De boas intenções
De fantásticos sentimentos
Vi o futuro
E pela primeira vez
Aprendi a dele tirar provento
Mas era sobretudo um livro em branco
Cheio de sentidos
Mas onde o porvir se ia escrevendo
E por isso
Ele era o nosso maior amigo
Porque não nos limita
Nem nos quer uma realidade dar
Dá-nos a essência dos tempos que virão
Para o resto
Temos de ser nós a criar
Por isso
Desde essa altura
Tenho sempre esse livro comigo
A todos os segundos
Acrescento
Mais um
Acontecimento
Não o voltando a ler
A não ser quando o Fim estiver próximo
O fim adivinhar
Para saber o que da minha existência
E dos infinitos sonhos
Soube concretizar